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Ar Fresco

sexta-feira, setembro 30, 2005

Vitórias morais (I) - semana europeia

Jornada europeia desastrosa: o campeão teve medo de ganhar em Manchester; o F.C. do Porto iludiu-se com o seu vendaval ofensivo; o S.C. de Portugal acentuou a crise de confiança entre público, treinador e equipa; o Braga, sem poder de fogo, vacilou mais uma vez na Europa; o Setúbal esticou todo o lençol que tinha e sai com honra; o Guimarães cumpriu e até venceu fora, teremos Vitória europeu?

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Benfica (D 1-2 Man Utd)

Derrota frustrante de uma equipa que durante 65 a 70 minutos se mostrou personalizada, confiante e bastante sagaz. Ao contrário de muitos, julgo que a inclusão de Beto era, em teoria, uma boa aposta, tornando o Benfica num 4-3-3, com Beto, M. Fernandes e Petit no meio e Simão na esquerda, Miccoli a descair para a direita e Nuno Gomes no meio. Porém, Beto apareceu a jogar com extremo-direito num 4-4-2. E desde os 30 m da primeira parte se percebeu que era um erro a ser corrigido na segunda. Ou seja, após o golo de Giggs havia que reagir e apostar ou em Geovanni ou em João Pereira. Após o golo do empate, o Benfica parecia sólido e a qurer discutir o resultado, enervando os ingleses. Contudo, o Man Utd reagiu muito bem e acentuou a pressão.

O momento-chave do jogo, ocorreria a cerca de 15 minutos do fim, quando Koeman preferiu não perder a ganhar o jogo. Ao retirar Miccoli, o Benfica libertou um central e os laterais do Man Utd e recuou em demasia. A somar a isto perdeu o controlo do jogo, nomeadamente a posse de bola, e o golo surgiria, novamente, através de uma bola parada.

Boas impressões de uma equipa que quando perder o medo poderá ganhar asas para outros voos. Mas a consolidação está a caminho.

Para os que diziam que este era um Man Utd de segunda veja-se a linha de ataque: Giggs, Cristiano Ronaldo, Nistelrooy, Alam Smith, Scholes. Na defesa Ferdinand e o titular Van der Saar. Realmente são fraquinhos...

FC Porto (D 2-3 Artmedia)

É indesmentível o FCP joga um futebol de ataque total, quase romântico e é este romantismo que o torna, por vezes, uma equipa muito permeável, pouco adulta e pragmática nos momentos-chave. Bem sei que este tipo de futebol leva muitos adeptos ao estádio, mas tem de se ganhar os jogos, principalmente os em casa, para a Liga dos Campeões, frente aos "Artmedias" desta Europa. Era impensável há uns anos um FCP a ganhar por 2-0, deixar acontecer uma reviravolta para 2-3.

O que acontece é que falta um líder na defesa, e sem Pedro Emanuel importa perceber se Jorge Costa não seria uma boa hipótese (confesso que não sei se ainda está lesionado). E depois da partida dos então mal-amados Maniche e Costinha, o FCP reforçou-se bem, excepto na defesa e meio campo defensivo. Ou seja, Raul Meireles começou em crescendo, havia ainda Bosingwa que podiam fazer o lugar. Mas Sonkaya não é Kromkamp, e Bosingwa tem recuado para lateral direito, já para não falar na dispensa de Nuno Valente e adaptação do extremo César Peixoto, que a defender é voluntarioso, mas ineficaz.

Julgo que neste momento resta ao FCP garantir a UEFA, a não ser que haja grandes surpresas.

(continua)